Diapasão
Entre os lábios, fica a vibrar
a boca da voz, se beijo digo,
antes de lá ter chegado nascido
- não a nostalgia de lá ter estado! -
como a mente a preparar o fone em canto
- que a música pré-existe o jorrar em som.
Submetidas ao tecto do canto, como notas indecisas,
celebram-se histórias apostas,
- na voz que fala, na voz que cala -
esmagadas sob as partituras
que o tempo vai escrevendo na pauta estranha das costas.
Assim se regem concertos
nas mãos de enlouquecidos maestros
que elegem manusear a pulsação dessa voz
com a precisão dos seus gestos.
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