Anoitecem diurnas cidades
dobro as palavras
como quem espreme lábios
que pingam beijos
mas que não saciam
nem gastam desejos
fecho-me os olhos
e os ícones elásticos
espreguiçam-se
e escorrem como óleos
langorosos
empastando-me os poros
anoitecem cidades
cada beijo põe uma luz em cada beijo
a alvorar insaciedades
fica-se assim
colado no avesso dos olhos
onde as imagens recriam o que não vejo
a orgasmar pelas vielas do desejo
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