Passa rente
Reservadamente,
empurro o bolbo das flores que não estavam destinadas a nascer.
Enquistam no querer
mas agitam-me
, sincrónicas ,
as asas de borboleta a espadanarem-me
o estômago. A flor do medo!…
Amar assim, sem condição
em rendição, tão altruísta
que me desleixe de mim? Não creio
que o saiba fazer. Construo paredes
sólidas de ar quente e passas rente. Passas.
Rente passas.
Rente.
Tão rente ao meu querer, que não te quero querer.
Destruo toda a vontade de te amar ausente.
Querer-te e amar-te
inconfidente é morte lenta, bolbo-quistos a embolorar o que se sente.
A flor do medo inteira e minha.
Antes sozinha que demente.
Por isso, passa! Passa
rente!
Só quero flores a ameaçar o meu presente.
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