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sexta-feira, julho 02, 2004

O meu tamanho

Não é por me despir que me vês nua!
Tens o olhar vestido de preconceito
E o meu peito – pequeno que é, o meu peito! –
Não o consegues ver quando dilata e se insinua.

Com a alma me acontece o mesmo, já que o que vês
Ultrapassa, do teu ver, a forma informe.
Pudesses tu ver o que me dilata, o que me consome
E nasceria inteira, nessa vez primeira!
Seria, não brasa, mas a fogueira
Onde se queima incenso insano
- Seria tua!

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