Naufrágio
Assinalei com letras
trilhos e sendas
Intentei com versos nus
abrir poemas
Que te guiassem
p’los corredores do instinto
E te trazendo
te bebesse como absinto.
A espera plena
redundou em desenganos.
Caiu o breu
nos desérticos oceanos.
Sobram-me mares
revoltos e destroços
Jazem na praia
caravelas, pássaros mortos.
Frágil, a esperança
encalhou por entre seixos
Exangues,
naufragaram os desejos.
Enleio-me em ondas
de escorbuto
E lancino gritos surdos
da alma em luto.
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