outra vez
guardar no baú o linho tecido
embrulhá-lo com jeito, atá-lo em carinho
lavá-lo das nódoas, arquivar-lhe as provas
esquecer-lhe o fedor, espargir novo odor
desenhar na memória, só a nova forma
como quem se desmonta
tira peças da alma
ignora o torto, sacode o defeito
limpa de dores o peito
rasgando o sorriso, reabraça a calma
lima-se o diamante, leva-se a arte avante
sabendo que o tempo
na velocidade do vento
desgasta o efeito da pedra no peito
amar o amor que não se fez
renovar o desejo, nascer no ensejo
de se dar livre outra vez
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