ONDAS
Parto para a longa viagem
Rumo sempre ao cais de maresia
Euforia em cascatas de sargaços
Ritmadas pelo sabor a agonia.
Este mar que me engravida de lua
Enche-me de areia e sal; as redes rotas.
As barcaças estão na costa, breve rua
Onde vagueio – qual gaivota! -; as mãos soltas.
Olham-me marinheiros de águas doces
Sagazes dos ventos que me dilatam.
De pouco me serve o rio; secam-se as fontes
E já os sóis poentes me maltratam.
As sereias, já só habitam os montes
E as musas, é sem dó que as escorraçam.
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