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domingo, maio 16, 2004

ESPERA

Quando a espera se instala
tudo tarda
Até a eternidade
hesita aproximar qualquer verdade
Ao quotidiano oculto em espera
de longe
chegam ecos do que é cíclico
até o vício se esquecer
que se fez homem
Molda-se o tempo
em compassos ternários
entre risos, frases soltas e abraços
O turbilhão imenso
imerso em calma
tinge de branco mácula os cabelos da alma
O choro surdo da negação
da vontade
a autonomia no gesto
que se fez tarde
tudo se avulta em corredores de memória
O tempo a crivo
reclamando o não vivido
Já sem espaço
apenas sonho; vazio o regaço
Grito mudo a soprar no vento
desgaste, lamento
embuste, saudade
A espera é cais de mau porte
abrigo podre
e ainda um dia se faz tarde

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