Os meus mortos
Não consigo matar os meus mortos
Permanecem na biografia dos dias
Sem tortura de pregos ensanguentados.
Vivem aqui, manietados.
Resgatados de uma paz que não os deixa
Mantê-los longe, tranquilos pela distância.
Acusá-los ou enaltecê-los
Sem se advogar poderem
Vivem da vida que lhes permito terem
Quer na memória que lhes limpa a história
Quer na irreal estatura por não perecerem.
Os meus mortos existem na cerimónia
Impressa pelas memórias
Incapazes de os esquecerem.
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