mostrar a esconder
nunca me escondo num poema.
é o poema que me escolhe para o esconder.
e saem frases caóticas se estiver caótica.
e frases assemânticas quando estou neurótica.
e eu escolho-as criteriosamente até parecer que as estou a dizer.
por vezes parece um poema.
por vezes não há poema; é só dizer.
é que ele equilibra-se melhor do que eu.
agora, por exemplo,
tenho um poema alojado em mim
e eu mostro-me por não o saber dizer.
podia até escrever com isso um poema
que continuava a existir um poema enorme por dizer.
nunca lamento um poema.
apenas mostro que ele está escondido.
não eu, se o tentar dizer.
adoro sentir um poema e guardá-lo sem o esconder.
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