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domingo, dezembro 26, 2004

sente


sente o que de novo sinto
indecente e rubra sem carmins postiços
sem mentiras airosas
que só adornam prosas

sente as faces amplas
e os dentes brancos a trincar os frutos
sem a infestação regulamentar de conservantes

alguns sons ainda se alongam
em pestilências
temem espalmar-se vazios
num fundo espesso que rescende amores
: mas são ecos mortos

sente a maresia dos portos
a flor do sal
vem ser batel
que trago ilesas
as velas que navegam corpos

sente e consente em mim
os cálculos inatos
multiplica-me anseios à volta dos seios
que o traçado do voo é ocasional
: vertigem improvisada que nasce por bem
nunca se despenha no mal

sente a transgressão do hábito
que embala o pêndulo suspenso do tempo
nem por um momento
se aquiete a mão no movimento
: renascer é fundamental

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