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segunda-feira, dezembro 27, 2004

Ogiva


Nos teus brados minha casa
Pináculo gótico que me eleva do pântano
E me molda os lábios em ogiva de espanto

Lá fora o mundo
Inquieto
Não percebe que nos desenhos de um louco
Germina a semente da nova forma
Bastião que aloja a história
Do átomo em revolução

Os meandros quotidianos
Inibem todos os planos
Só não se goram projectos
Que não tenham ar de infectos
Desviante é adentrar as arestas de um quadrado
Espartilhar correntes num filão aprumado
Como quem por decreto cronometra a evasão

Por isso
Escolher o gume das facas
Colher apenas bravatas
Desafiar a gravidade que empurra até a razão
- Que amor fazer sem ousar
Se perder, sequer se achar? -
Geometrias simétricas
Assustam-se face às arestas
E a vida é fio de navalha que só celebra rasgão

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