Estado líquido
Não tenho como escorraçar o rio
Que me cerca os sonhos
Se os apartar em ilhas
Não serão mais sonhos, mas periferias
Logros submersos, os meus passos
E istmos intransitáveis, os meus abraços
Pesar-me-ia toda essa água
Sem odores salivados por sargaços
Não vou escorraçar esse rio
Banha-me os sonhos
Leva-me em ombros
E eu flutuo dentro do sonho a gemer cio
Não tenho como ignorar a enxurrada
Suga-se o beijo e solta-se o rio
O resto é flama incendiada em desvario
Mais nada
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