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sábado, maio 10, 2008

ó poeta estranho


Não. Não me vejas só
por mim. Nem só. De mim
um crânio sobrará. E ossos. Como
os que quando escrevo
vou quebrando. O crânio
por duro
inteiro se observará
não tanto quanto só quebrando
o escrevo. Não. Nem só.
Deste ser que escreve nem um só
osso eu conheço. Mas sinto-lhe a carne
e quebro-me quando
a cada frase escrita
se solta um osso. O crânio
me dita ao doer nele a ossada
de cada palavra mais ousada.
No mais
estou só. Em mim sem corpo.
Na escrita entrecruzada.

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