Liquidamando
Deviam ensinar-nos o nomadismo
da água. Sabes, a água não tem casa;
só caminho. A água perde pedaços, quando desenforma
dos leitos. Há um não sei quê de clandestino e
inato que a água teima em transportar, mas que
não vemos. A nossa água toda liquefaz-se aprisionada
na casa do corpo. Faz puxar ao corpo um
outro corpo; um corpo leito. Sedentariza
nas veias, depois; e nós sem vermos. Tem que haver
muitos olhos de água no amor; a água nómada
a escorrer-nos sobre o peito. A água nómada a nascer-
-nos sob o peito.
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