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quinta-feira, março 09, 2006

Vulgar, comum


| unos e indivisíveis, agrupam-se, reconhecendo-se iguais. mas não se somam; justapõem-se |

dizem que me viram
em várias ruas ao mesmo tempo
e eu acredito
vulgar serei, comum
nas ânsias sem enredos das esquinas
por certo outra como eu
ou várias meninas
terão roçado as mágoas e os cabelos
sobre um sorriso largo
igual ao teu, comum
cheio de enredos de ânsias pelas esquinas
por isso as ruas todas
cheias de mim, vulgares serão
enquanto tu, convicto
rasgares sorrisos largos
eu acredito

sábado, março 04, 2006

Um dia, depois


[… a ti, que da vida entendes a liberdade do dar-se inteiro, ainda que correndo o risco de que não nos entendam - mas colhendo a satisfação, se, de entre mil, um houver que decifre o eco.]

um dia dir-me-ás tolas palavras
todas lisas de metáforas
- novas, novinhas -
nos olhos lume brando a acender brasas
e arder no chão sem chão
- as mãos gavinhas -
riremos como riem os amantes
sem nada se dizerem que ao mundo interesse
esse sumir-se-á
- quedo, calado -
nos trilhos que lhe conhecemos do antes
teremos pela frente coisa nenhuma
pois mais não quer que o querer desses instantes
- a fúria mansa, o dorso dos errantes -
os que nascem depois da morte pura

quarta-feira, março 01, 2006

Orbital


Não há descanso
Dentro da poesia.
Se palavras emprestadas
Usadas em desalinho
Desajustam as mensagens
No dizer não há conforto.
Nem ideias em confronto.
Fica a ânsia de as dizer
O poema por fazer.
Adiada fico apenas
Na órbita desses poemas.