Um dia, depois
[… a ti, que da vida entendes a liberdade do dar-se inteiro, ainda que correndo o risco de que não nos entendam - mas colhendo a satisfação, se, de entre mil, um houver que decifre o eco.]
um dia dir-me-ás tolas palavras
todas lisas de metáforas
- novas, novinhas -
nos olhos lume brando a acender brasas
e arder no chão sem chão
- as mãos gavinhas -
riremos como riem os amantes
sem nada se dizerem que ao mundo interesse
esse sumir-se-á
- quedo, calado -
nos trilhos que lhe conhecemos do antes
teremos pela frente coisa nenhuma
pois mais não quer que o querer desses instantes
- a fúria mansa, o dorso dos errantes -
os que nascem depois da morte pura
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