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sexta-feira, agosto 05, 2005

Cintel

Dolência enroscada em sol
Alonga as horas
Mais tempo para passeares por mim
No cintel tranquilo
Da memória
Não tem pele, nem arrepio
Cheira a maduro
No Verão dos meus sentidos o dia é longo

Quando me aparto da canga
De outros sonhos
Estremeço Inverno

A míngua de um solo gasto
Pequeno o dia. Alimento exíguo, pele lassa
Ossos por ombros
Roda o cintel perdido
Da memória
Sem saber se volta o dia longo
Em que retornas novo
Sem retorno

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