Tenção
pedes possíveis e respondo infinitos
ofertas lições e escrevo canções
pego sempre no que a ti te sobeja
não conheço a soberba nem sei a inveja
embora te veja planando num espaço
finito de amor, enleado em clamor
carente de abraços que somem pedaços
que tragam justiça além da cobiça
que dêem sentido ao que trazes nos braços
triste a sorte de quem perdeu o norte
a façanha maior de se ser o herói
da sua rua, pequena e tão escura,
que qualquer lampião fundido seria
tocha ardente, candeia de gente
mas medes os passos não pelo que sentes
por isso te auguram, almejam, asseguram:
a imagem perfeita da solidão futura!
também sei, porém, que te é indiferente
seguram-te estacas de ideias baratas
lealdade, a corrente; mas nunca evidente
perdido em abismos relevas avisos
não vá o futuro unir-se ao presente
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