Porque eu gosto
Doem-me os lábios de tanto beijar
Porque eu gosto
O carvão da boca a tatuar palavras
Pelo teu corpo, meu mural
A língua lenta a desenhar frases sem sentido
Pinga, esborrata
Invade a folha da pele
Sulquei a carvão as sombras da vontade
Graffiti expondo gritos pela cidade
E escrevo beijos
Preencho desejos
Porque eu gosto
Vão caiar o muro do teu corpo
E eu não gosto
De novo branca a folha da pele
Os poros sufocados pela cal
Os filamentos da turfa asfixiados
Sei onde os gravei
Quase os mostro
Entaiparam-te os beijos marcados
Com painéis por todos os lados
Mas eu vejo-os
E desejo-os
Porque eu gosto
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