deixar que a cabeça penda sobre o papel
que suspire embacie as letras
esborrate as linhas do mote
como o suor que inunda a pele
deixar que penda o verso sobre a cabeça
e consagre o momento
agarre o poeta
que investe entristece
que divaga se projecta
e se propaga
entre a mente e o papel
no turbilhão da escrita
evade-se e amplifica-se o tropel
aquilo que sempre fica
não contém senão pegada
da dor, do amor (são história desmaida)
só viva e funda a espada
marca d'água consignada sob a pele
.................OU SEJA, UMA CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA....................................................................................................
sexta-feira, outubro 20, 2006
sábado, outubro 07, 2006
mas eu não sei
Às vezes dizem-me caminhos apontando para roteiros
que eu olho sem ver rodeios e digo sei
mas não sei
Que meneie cem vezes a cabeça em sins acólitos
escondendo em sorrisos os meus vómitos
Que não vos dê a minha dor por ver a vossa e a troque
gentilmente; seja quem mente
mas não sei
Não sei se deva ser generosa
afinal
se toda a verdade é desdenhosa
e a minha pode colidir com a vossa
minta quem possa
mas eu não sei
escrito por mjm às 01:00 cadernos: da ironia, inflexões 0 coordenada(s)
terça-feira, outubro 03, 2006
não há regresso
já não caminho para o regresso
de onde venho. não há traçados que se projectem
para nenhum lugar marcado - nem chão nem tecto -
o meu passado ficou imerso
por onde andei. deixei bocados - quem sabe infectem -
dispersando ecos de mim por todo o lado - meu o afecto -
neste presente onde me penso
não há regresso. nem recomeço
escrito por mjm às 01:00 cadernos: do cansaço 0 coordenada(s)