A ecoar na garganta da arriba
Que importa o cais
- se tu não vens -
Se os barcos
- que me navega? -
São papéis . O sal dos dias
Espera o sol que o seque
- eu espero a brisa quente que me derrete -
- a pele na pele do tempo -
Ser apenas líquido elemento
Uma onda, um bicho
- um nome ao vento -
Sovada maresia num tropel
- ser nada de importante -
- nenhum instante -
E toda a eternidade condensada
- aquele grão de areia -
- o quase nada que erode lentamente -
Na decisão eternamente adiada
Soltar a jangada? Prender o batel?
Na clareira
- o pó da estrada -
Acende o céu uma lua apagada
Crepúsculo que medeia dois limites de tempo
- resíduo de firmamento -
Mescla imperceptivelmente
O rastro de um momento
- um fio interligando a dimensão errada -
- a ténue intercepção de terra e nada -
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