flores de vidro
se a memória
história acende
a enunciação é decrescente
ainda assim
sarando sulcos de navalha
volta o rubor
mil cuidados vestem a mão
que colhe e espalha
as flores de vidro do amor
escolher contar-te
os meus dias
seria dar-te um inventário. uma
morada. e não me encontras
no passado. estreio contigo. palavras. galopo os silêncios
entre elas. que nas ausências habito.
ter medo
é conhecer. a repetição
dos dias.
apenas escrevo
o volátil movimento dos dedos.
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