A flor
Pontilha-se o olhar de constelações
que não desaparecem com o bater das pálpebras.
Experimentei a álgebra, a sintaxe,
o sossego das casas.
As borboletas a esvoaçar contra as paredes
do estômago.
Não há sabedoria bastante.
Pontualmente, os dias sucedem-se e isso vê-se nas flores.
E eu, constato que respirar é involuntário,
como despropositado o teu corpo
deitado no meu sonho.
Há uma permanência que asfixia.
Só queria uma ilha a sul onde acolher os pássaros.
Por isso, recolho a flor atrás da nuca
e sustenho a cor com as mãos em concha.
Os sons voltaram para cima dos ombros
mas cantam baixo
para que não os ouça.
Enquanto tudo permanecer inalterável
a minha vontade é um supérfluo logro.
Inventa-se a azáfama na paisagem do louco.
Não há sabedoria bastante.
É um instante longo e doloroso
que antecede a inércia da abastança.
Sobra tudo quando falta
na bravata do futuro
a flor da esperança.
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